quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um tapete, um livro e algumas histórias - por Rodrigo Reinoso

Aqui vai uma análise mais do que pessoal para o trabalho desenvolvido durante o ensaio da ultima terça (14/07) na casa do Flávio. Seguimos o trabalho como de costume. Aquecimento pessoal, trabalho com a respiração, reconhecimento do espaço, etc... Depois dessa primeira etapa, fomos para o texto. Dispúnhamos de um espaço demarcado por um tapete e um livro. Ali, nós deveríamos, cada um a seu momento, contar a história escolhida do livro Felicidade Clandestina. Como nem todos tinham o texto completamente decorado, foi proposto que nos fixássemos nas imagens propostas do texto, sem se ater nas palavras exatas da Clarisse. Assim foi seguido, cada um se colocou à seu modo no espaço e contou sua história.
Nessa parte que chegamos à minha análise, mais que pessoal, do trabalho desse dia. Realmente nesse dia tive noção exata de que histórias cada um contava e a relação com cada pessoa. Foi mágico aquele encontro, onde a cada momento aquele espaço delimitado por um tapetezinho se transformava em algo totalmente diferente. Senti que aquele espaço dava uma ar de intimidade e onde cada um foi contar seu segredo. Era uma parte de cada um que estava ali. Acho que posso dizer que cada um viu ali uma parte de seu cantinho secreto. Li uma vez que o ator deveria doar um pouco de si para seu trabalho, seus segredos e suas relações. Mesmo que não dito de forma clara deveriam estar contidos ali. E foi isso que consegui ver em cada um. Nos deixamos, naquele espaço, sermos um pouco vulneráveis, largamos um pouca aquela casca do ator que representa, para ter a sensação de um ator que vive e revive aquele momento. Não sei se tive alguma compreensão equivocada desse texto, mas foi dessa forma que o consegui relacionar com o trabalho. Foi dessa forma que ele me despertou. Vejo agora, esses contos (pelo menos a utilização deles nesse momento) como um grande encontro de amigos para uma conversa sobre a vida. Essas histórias poderiam estar entre um encontro para um café, sentados a mesa ou ao chão ou ao tapete com foi proposto e ali nos revelarmos, através dos contos da Clarisse, uns para os outros. Tanto de quem fala quanto de quem ouve. Senti-me realmente visitando as páginas de Felicidade Clandestina.

Rodrigo Reinoso

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