quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dancer in the Dark - Lars von Trier



Depois da experiência de dizer os contos de olhos fechados, revi o filme e relembrei o ensaio. Segue uma palhinha para aguçar a curiosidade de quem não o viu. Vale muito à pena. Björk está magistral. Bjs.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Uma experiência de olhos fechados






Nos últimos dois ensaios, experimentamos dizer os contos de olhos fechados e deslocamento no espaço sem o auxílio da visão. Os resultados foram bem interessantes. Como as luzes estavam apagadas e não utilizamos flash, obviamente as fotos ficaram escuras. Mais uma vez, vale o registro.

Contando ainda


Contando





Mais fotos da preparação física




Algumas imagens do trabalho físico

As fotos foram tiradas nos ensaios de julho de 2009.Erro na configuração de data da máquina digital, mas vale o registro.






ObstinAção



Imagens inspiradoras na Urca,em jul 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Repartição dos pães ou para quem preferir contos...

Os contos foram divididos da seguinte forma:

P/ Crianças:

TENTAÇÃO - Júlia

MACACOS - Rita

FELICIDADE CLANDESTINA - Camila

COME, MEU FILHO - Flávio, Camila, Rita & Júlia


P/ Adolescentes:


CEM ANOS DE PERDÃO - Flávio

O PRIMEIRO BEIJO - Júlia & Flávio

UMA AMIZADE SINCERA - Rodrigo & Flávio

RESTOS DO CARNAVAL - Júlia & Rita

UMA HISTÓRIA DE TANTO AMOR - Rita, Camila, Júlia,Aline & Flávio


P/ Adultos:

ENCARNAÇÂO INVOLUNTÁRIA - Aline

A QUINTA HISTÓRIA - Rodrigo

AS ÁGUAS DO MUNDO - Camila & Júlia

UMA ESPERANÇA - Flávio & Camila

A CRIADA - Rita & Camila

A REPARTIÇãO DOS PÃES - Aline, Rita, Júlia, Camila, Rodrigo & Flávio.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fitzcarraldo - Werner Herzog

Vontade pura, ObstinAção e disciplina ("sem perder a ternura") transformam sonhos acalentados em realidade.


Um tapete, um livro e algumas histórias - por Rodrigo Reinoso

Aqui vai uma análise mais do que pessoal para o trabalho desenvolvido durante o ensaio da ultima terça (14/07) na casa do Flávio. Seguimos o trabalho como de costume. Aquecimento pessoal, trabalho com a respiração, reconhecimento do espaço, etc... Depois dessa primeira etapa, fomos para o texto. Dispúnhamos de um espaço demarcado por um tapete e um livro. Ali, nós deveríamos, cada um a seu momento, contar a história escolhida do livro Felicidade Clandestina. Como nem todos tinham o texto completamente decorado, foi proposto que nos fixássemos nas imagens propostas do texto, sem se ater nas palavras exatas da Clarisse. Assim foi seguido, cada um se colocou à seu modo no espaço e contou sua história.
Nessa parte que chegamos à minha análise, mais que pessoal, do trabalho desse dia. Realmente nesse dia tive noção exata de que histórias cada um contava e a relação com cada pessoa. Foi mágico aquele encontro, onde a cada momento aquele espaço delimitado por um tapetezinho se transformava em algo totalmente diferente. Senti que aquele espaço dava uma ar de intimidade e onde cada um foi contar seu segredo. Era uma parte de cada um que estava ali. Acho que posso dizer que cada um viu ali uma parte de seu cantinho secreto. Li uma vez que o ator deveria doar um pouco de si para seu trabalho, seus segredos e suas relações. Mesmo que não dito de forma clara deveriam estar contidos ali. E foi isso que consegui ver em cada um. Nos deixamos, naquele espaço, sermos um pouco vulneráveis, largamos um pouca aquela casca do ator que representa, para ter a sensação de um ator que vive e revive aquele momento. Não sei se tive alguma compreensão equivocada desse texto, mas foi dessa forma que o consegui relacionar com o trabalho. Foi dessa forma que ele me despertou. Vejo agora, esses contos (pelo menos a utilização deles nesse momento) como um grande encontro de amigos para uma conversa sobre a vida. Essas histórias poderiam estar entre um encontro para um café, sentados a mesa ou ao chão ou ao tapete com foi proposto e ali nos revelarmos, através dos contos da Clarisse, uns para os outros. Tanto de quem fala quanto de quem ouve. Senti-me realmente visitando as páginas de Felicidade Clandestina.

Rodrigo Reinoso

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Como o grupo foi formado.


Há uns anos atrás, lendo uma revista semanal, vi uma matéria sobre a publicação do livro Teatro Completo de Qorpo-Santo. À época do meu aniversário, minha tia Dalva perguntou o que queria ganhar de presente. Não tive dúvidas. Paixão à primeira vista, devorei as peças e comecei a falar com os amigos sobre o autor. Poucos o conheciam. Começaram as reuniões em casa com o objetivo de lermos os textos.

Para os encontros nas noites de segunda, cada um trazia suas sugestões de leitura.Tabladinho debaixo da luz, dispúnhamos todas opções e começava a brincadeira. A idéia era manter o fluxo: quando um finalizava a leitura de seu fragmento, outro já assumia o foco. Entre tantas fontes, bebemos também poesias de Manoel de Barros, trechos de O Jogo da Amarelinha, de Júlio Cortázar, Diante da Palavra, do Novarina, trechos de Vigiar e Punir do Foucalt, Castro Alves, Cecília Meireles, Ésquilo, Nelson Rodrigues,letras de música ( Taís lendo uma música em japonês do Pizzicato Five foi impagável), bula de remédio,..., o que cada um quisesse levar para o grupo era válido. Inclusive trechos bem pessoais de agenda, com anotações do dia-a-dia. Era um grupo muito flutuante, não repetíamos a mesma formação em nenhuma semana.

Com o passar do tempo, as leituras me impulsionaram para a volta à universidade. Depois de algum tempo na UniRio, tentamos organizar um grupo de estudos, mas as leituras livres não funcionaram. Percebemos que faltava um objetivo ao grupo.

Em fevereiro de 2009 resolvemos formar a Qooperativa Amadores Profissionais. Tudo começou com uma cena que o Rodrigo e eu apresentamos no final de Interpretação IV, ministrada pela doce Tatiana Motta Lima, ao fim de 2008. Começamos a ensaiar nas férias a adaptação que fizemos do conto Aqueles Dois, de Caio Fernando Abreu, para inscrevermos a cena nos festivais de esquetes. Convidamos o Marcello e Aline para a jornada. Em seguida vieram Rita, Camila, Júlia e Stéfanie e o grupo chegou à sua formação atual.
Em abril fiz uma proposta ao grupo, que foi abraçada por todos: uma investigação do delicioso Felicidade Clandestina, livro de contos de Clarice Lispector. Iniciamos as leituras ainda em casa, mas logo decidimos partir para uma sala de ensaio. Temos utilizado as salas da Unirio para esse fim.

O trabalho começa com alguma atividade física vigorosa, que busque nos colocar em "estado de expressão". Nos primeiros encontros, investigamos as seis possibilidades nos apresentadas pela Tatiana semestre passado: andar, correr, pular, parar, ir ao chão e passar pelo chão. Sempre precedidas por um breve aquecimento individual, buscando relações entre o grupo e equilíbrio do espaço. Experimentamos o view point, traçando trajetórias retilíneas no espaço, com pontos de interseção. Nos últimos dois encontros, começamos a investigar a respiração como geradora de movimento, fazendo movimentos ascendentes na inspiração e descendentes na expiração. Esse é o "primeiro movimento" dos encontros, seguido de um breve intervalo.

No "segundo movimento", vem a pesquisa cênica propriamente dita. Apresentamos cenas que cada um trouxe para o grupo, às vezes alguma música. E começamos a ler juntos o Felicidade Clandestina, sempre caminhando pelo espaço, para "não criar raízes". Após dois meses de encontros, às segundas e sextas-feiras pela manhã, terminamos de ler o livro e pudemos selecionar os contos que começamos a trabalhar, que são: FELICIDADE CLANDESTINA, TENTAÇÃO, RESTOS DO CARNAVAL, A REPARTIÇÃO DOS PÃES, CEM ANOS DE PERDÃO, AS ÁGUAS DO MUNDO, UMA ESPERANÇA, O PRIMEIRO BEIJO, MACACOS, UMA HISTÓRIA DE TANTO AMOR, UMA AMIZADE SINCERA, A CRIADA, ENCARNAÇÃO INVOLUNTÁRIA e A QUINTA HISTÓRIA e COME, MEU FILHO.
Optamos por começar com trabalhos individuais, cada um com seu conto escolhido. Após esta fase, começaremos a trabalhar em duplas, para por fim, construirmos uma cena com todos. O conto escolhido para todos é A REPARTIÇÂO DOS PÃES (quem conhece o livro pode entender bem os porquês. Ou não. Quem não conhece... Corre atrás da sua e do seu Felicidade Clandestina).


Evoé.

F. Oz.
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